O mercado imobiliário brasileiro vai focar na taxa Selic como principal indicador para 2026, e não nas eleições presidenciais. A avaliação é de executivos do setor reunidos em evento da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) neste semana.

Segundo Cláudio Carvalho, CEO da incorporadora A/W Realty, o setor já se adaptou a ano de grandes eventos, como a Copa do Mundo, e ao calendário eleitoral. “A eleição é um fato que a gente tem que conviver. Eu não fico planejando se vou lançar antes ou depois da eleição”, afirmou durante o evento.

Para o executivo, o mais importante agora para o setor é acompanhar o fim do ciclo de juros altos que vem travando os desempenho do setor. Carvalho destacou que a redução da Selic amplia o universo de compradores com acesso ao financiamento.

Taxa básica em 15% retém vendas

A Selic permanece em 15% desde junho, impactando diretamente as vendas para as faixas de média e alta renda. O juro elevado pressiona o custo de capital das incorporadoras e encarece o crédito imobiliário.

O mercado projeta que o Banco Central (BC) retome os cortes dos juros no início de 2026. Desta maneira, a expectativa é que a taxa seja reduzida para cerca de 12% até o final do próximo ano.

Segundo Renato Lomonaco, diretor de assuntos econômicos da Abrainc, cada ponto percentual de queda pode levar quase 180 mil famílias ao mercado. “É bem importante que quando a Selic começar a cair, que seja uma queda consistente”, enfatizou Lomonaco.

A A/W Realty demonstrou na prática que as eleições não interferem nos lançamentos. “Na última, nós lançamos um projeto no meio da eleição e foi super bem”, relatou o CEO.

Com este foco, o setor aguarda sinais do BC para planejar novos projetos e estratégias comerciais para o próximo biênio.

*Com informações de Metro Quadrado

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